Do outro lado da tela, sinto raiva de mim. Do outro lado da história, saímos dois perdedores. Você não sabe amar. Se souber por que faz tão errado comigo? Poderíamos e podemos dar certo, mas agora eu sinto medo de escutar sua voz (porque eu sei que ela me traz de volta sempre para você). Estupidamente você. Errantemente eu. Erradamente nós dois. Perdemos. Eu o perdi e você perdeu para sua ausência de amor, para sua mentira. Queria ter coragem de ser mais rude. Queria ser mais honesto ou quem sabe, desonesto com você. Mas eu não seria eu se tentasse machucá-lo, eu não seria o que sou se eu não tentasse lhe cuidar. Porque sempre será assim. Otário eu, tentando cuidar de você, estúpido; sempre foi assim, desde antes de ser. Mas agora vejo que fiz tudo errado. Dei-lhe o meu melhor e não quis saber do seu, o que você me deu, essas migalhas e palavras foram suficientes para mim. E agora, coitado de mim, tenho mãos vazias, olhos vazios e alma vazia. Coitado de mim quer tua boca grudada nas minhas. Coitado de você que está perdendo aos poucos a pessoa que com certeza mais te ama. Que mais te quer bem e que não irá tripudiar nunca sobre você. Mas não quero que você volte para mim só porque eu não lhe farei mal, quero que volte (se um dia você voltar) por querer me fazer bem, como foi no começo e como eu mereço e preciso e sonho. Sonho. Sonho com os dias que tive com você, com os seus olhos. Sonho fora da tela, dentro de um quarto escuro, seu toque e seus beijos.
Lucas Rodrigues, LR. (via agonizei)