Do outro lado da tela, alguns dos meus amigos te odeiam. Do outro lado do país, nenhum de seus amigos não sabe nem que eu existo. Porque você é assim, cheio de mistérios e silêncios. Mas eu amo você assim, desse jeito. Jeito de quem tem medo das coisas e do mundo lá fora. Jeito errado de ser, mas que pra mim é o jeito mais perfeito. Eu, sei tenho que parar com isso, de achar-lhe perfeito, mas entenda que quando amamos a imperfeição se transforma em algo maravilhoso. Eu que deveria estar preocupando com uma vingança, com uma forma de dar-lhe o troco, penso se você está bem com todo esse vazio que você sente. Preocupo-me se você se alimentou direito ou se anda dormindo bem durante as noites. Eu que me preocupo demais com você, estou despreocupando comigo, que não como direito e nem durmo. Mas eu tenho medo de dar um basta em tudo que possamos ter e tivemos. Tenho medo de por tudo a perder (por mais que já esteja perdido). Você me diz que quer que seja como antes, mas se eu não me movo nada muda; você me diz que ama, mas se eu não digo você não diz.
Do outro lado da tela, eu estou esvaindo como a água se esvai entre os ralos. Do outro lado do mundo, o muro de Berlin foi derrubado. O nosso muro de Berlin. Nós fomos derrubados. E só se restam destroços de um amor mal amado, de um amor que tinha tudo pra ser certo, mas se tornou errado. Mas não culpo você. Na verdade, não há um culpado. Só não soubemos amar, digo você não soube amar de verdade.
Do outro lado da tela, você não está comigo. Do outro lado, você tem outro e se esquece de mim, mas eu sei, sei que quando ele for embora, será de mim que você irá ir atrás, porque é como eu disse, sou o seu estepe e sempre que seu pneu fura (quando eles te deixam), você se lembra de mim.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Olá, seja bem-vinda (o). Sinta-se livre para deixar sua opinião, seu elogio, dúvidas e até mesmo pedidos. Críticas serão sempre aceitas, quando feitas com educação.