16 agosto 2012

O meu lugar é o não lugar

orelhão da paulista

O lugar onde eu vivo é composto de vários lugares ao mesmo tempo. Poucos metros são realmente necessários para ver que tudo muda. Aqui, tudo muda o tempo todo. “Tudo”. Moro em São Paulo desde que nasci e apesar de ser uma cidade enorme conheço muito bem um pouco de tudo. “Tudo”. É difícil falar de uma cidade com tantos lugares diferentes, com pessoas e culturas diferentes. Tão próximas e tão distantes.
Gente igual, gente na rua, em sua mansão, tomando sol, gente pobre, rica, dentro de alguma roupa social, correndo, dormindo etc. Vivendo. O pior é que ouvi dizer um dia desses que não existia amor em São Paulo. O que é uma grande mentira. “Mentira”. Existe, só que foi engolido pelo cinza e pela poluição. Qualquer tipo de poluição. Muitos problemas, poucas soluções. Típica sociedade capitalista. Ainda sim, temos com o que nos alegrar.
No meio dessa sujeira toda é tão bonita, São Paulo. “Quase infinita”, quero acreditar. Acreditar na infinidade de sua beleza, sua simpatia e graciosidade. E acreditar no fim dos seus defeitos inaceitáveis. Parece uma mãe. 
Acolheu-me desde sempre, criou-me e está ensinando a viver (bem ou mal). Quero visitar muitos lugares, passar por locais inesquecíveis, mas viver de verdade já não imagino outro lugar.

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