Tem horas que tudo que a vida faz é nos empurrar pra bem longe. E o que o a gente faz? A gente vai.
A gente vai atrás do que a gente nem sabe direito o que é. A gente sai correndo, a gente esquece de tudo, esquece de todos, até chegar lá… Porque é justamente lá, no meio do nada, embrenhado naquele silêncio que parece que corta a gente ao meio. É só lá que a gente consegue ter na nossa cabeça, finalmente, aquela clareza que a gente tanto procurava sem saber. E fazer música? Fazer música pra mim é botar ordem na barulheira que é essa vida que a gente leva, é fazer com que os caminhões lá fora, o sangue na tv, a gritaria das ruas, a injustiça dos nossos dias, aquelas pressões que chegam a acabar com a nossa vontade de viver… é fazer com que tudo isso pare, com que tudo isso se harmonize, nem que seja por alguns minutos. Porque às vezes eu penso… A gente briga pra ter paz. A gente chora pra poder sorrir. A gente grita, às vezes, porque a gente quer que as pessoas ouçam o que a gente canta. A gente vive pelos que se foram, a gente morre pelos que ainda estão aqui. E eu sinto que às vezes a gente precisa dar de cara com o muro mesmo, a gente precisa ver no horizonte o fim da linha até que no auge do desespero, a gente apalpe as nossas próprias costas e vêem nelas o surgimento de um par de asas. É nessa hora que a gente percebe que enquanto a gente acreditar nisso tudo que a gente faz, colocar cada gota do nosso sangue e nosso suor nisso que a gente faz, e continuar fazendo isso, enquanto houverem forças… o que a gente tem nas nossas mãos é ‘Infinito’.
Imagens e depoimento por Lucas Silveira.
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